22 maio 2012

A Kénosis da Trindade. Toda a vida de Jesus foi uma vida kenótica, pois Ele se fez um com o outro, viveu para o outro.





"Amados, nosso Deus é Uno e Trino... Trindade é revelação última e plena do nosso Deus todo-poderoso. Como pode um só Deus e três pessoas! Mistério? Não! Isso é o mistério! E esse mistério é a revelação central da fé cristã. Todas as outras verdades são decorrentes dessa verdade suprema.
Deus escolheu uma maneira para se manifestar à humanidade, e o caminho por Ele escolhido recebe o nome de Kénosis. O Pai onipresente, o Verbo onipotente, o Espírito Onisciente querem se manifestar ao mundo. Eles, ou melhor, Ele (a Trindade) quer se revelar e agir na história. Sendo Ele o todo-poderoso, era de se esperar que viesse ao mundo com toda a pompa dos imperadores e reis, mas não... Deus se aproximou do ser humano de uma tal maneira que em Jesus se tornou humano.
Sendo assim, podemos dizer que a cruz é a expressão máxima da Kénosis do Filho. Mas o que é kénosis? Kénosis é sair de si, ir ao encontro do outro, aproximar-se do outro. Aliás, toda a vida de Jesus foi uma vida kenótica, pois Ele se fez um com o outro, viveu para o outro. A kénosis do Pai talvez tenha sido a mais dolorida, pois Ele viu o seu Filho crucificado e ficou no céu aniquilado, sem poder fazer nada... O Pai se despoja inteiramente por amor a nós. Ele abre mão de ser o Pai todo-poderoso, o Pai glorioso, para ser o Pai amoroso, que vai ao encontro do homem com o sangue de Seu Filho nas mãos...
Creio que a kénosis mais difícil foi a do Espírito. Na descida em pentecostes, Ele quis ficar oculto dentro do Homem!!! Ele escolheu agir hoje por meio das limitações, da nossa realidade humana que é frágil e pecadora...
É preciso lembrar que em Deus sempre há um movimento kenótico. Uma pessoa da Trindade está sempre inteira dentro da outra. É a chamada pericoresis: O Pai, o Verbo e o Espírito Santo estão inteiros um dentro do outro. É a comunhão trinitária, ao passo que qualquer obra de Um é a obra singular da Trindade. Foi Jesus quem morreu na cruz? Sim, mas Ele estava completamente mergulhado no Pai e no Espírito. Assim, podemos dizer que, quando Jesus morria, era Deus que morria, quando era sepultado, Deus era sepultado.
Deus nos chama a uma espiritualidade kenótica: aquela que nos faz sair de nós mesmos e ir ao encontro do outro, fazendo-nos um com o outro, vivendo para o outro. Somos chamados a nos configurar em Jesus, assemelhando-nos a Ele em tudo. Devemos nos perder em Jesus e ser nada, para que Ele seja tudo em nós!
É preciso dobrar os joelhos diante daquele que se aniquilou que se esvaziou que se despojou, para que tenhamos vida e possamos adorá-lo.

Oração: Senhor faça em nós a tua vontade para que possamos ser como Maria, despojados de nós mesmos e voltados para o outro!
Seu pequeno irmão na fé",
Juninho - Missão IDE
http://www.missaoide.com.br/juninho/

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